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Futuro

by Cristina Valori

 

“O futuro a Deus pertence”, uma frase tão antiga quanto a bicicleta. Já ouvi tanto, que de vez em quando me pergunto o porquê de somente Ele ser o detentor de todo esse poder. Sei que é uma indagação sem resposta, talvez até sem lógica, considerando a Sua magnitude, porém a curiosidade faz parte da vida e como ser indiferente em relação a essa sentença?

 

Alguns procuram esse futuro desesperadamente através de um baralho com imagens coloridas, nas famosas pedrinhas de runas, na observação dos planetas Y com Z, na baforada de um charuto, na interpretação dos sonhos...

 

Diante dessa caça insana, seres humanos são iludidos por promessas de pessoas que enxergam as respostas para nossas perguntas. Deixamos de seguir os nossos instintos para nos guiarmos pelas mensagens dos outros.

Será que existe mesmo uma maneira de enxergar o futuro? Se a Deus pertence, como eles conseguem vê-lo? E como não se deixar envolver quando você precisa descobrir se alcançara a cura ou não? Como não acreditar nas palavras “tudo ficará bem”, se o que você mais almeja é viver?

 

Porém, nem todos praticam charlatanismo. Existem indivíduos bons. Seres que não nos prometem nada, só mostram aquilo que se é permitido ver. Humanos que nos dizem: “Olha, fique tranquilo, aqui diz que você está no caminho certo, mas não pode esmorecer quando a batalha ficar difícil. Basta acreditar”; “Você está bem de saúde, mas caso não se cuide ficará doente”.

 

E aí, quando chegar ao final de sua jornada e nada saiu como o previsto, você se pergunta o que deu errado. Será que durante o caminho, pegou  algum atalho para pular obstáculos e acabou se perdendo? Será que se acomodou diante de uma linda e feliz previsão da vida e parou de lutar por ela? Será que ouvimos errado o que foi dito? Por que ninguém nos avisou que não podemos nos agarrar a essas previsões e sim, entender que elas nos servem como um panorama do que está por vir? Que possuímos o poder do livre arbitrio e através dele, podemos mudar completamente o rumo de nossa história.

 

Então, faço uma pergunta, vale a pena ir em busca de resposta ou é melhor deixar o futuro a quem pertence de verdade?

 

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