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Roteiros

by Geyse L. Ribeiro

 

Seria aquilo mesmo a vida? Esperar em vão? Se distrair e encontrar?

 

Ela não sabia. Na verdade, ela nada sabia da vida.

 

No mesmo instante em que seu futuro era totalmente certo, como em um roteiro milimetricamente escrito e revisado, ele apareceu. Apareceu tão desapercebidamente que nem nos momentos em que ele se fez perceber, ela percebeu.

 

Mas, houve um instante em que a escuridão fez com que eles se enxergassem, e então, todo aquele roteiro cuidadosamente escrito, que até segundos antes estava sendo seguido, não significava muito.

 

Por que naqueles instantes que estivera com ele, o errado parecia certo, mas extremamente confortável, apropriado, desejado. Como se estar ao lado dele, mesmo sabendo que não poderia, fosse aquilo que ela deveria fazer, sem hesitar; como se, ao se deixar levar por ele, ela pudesse encontrar um pouco dela. Um pouco de suas loucuras, vontades, desejos, e insanidades. Um pouco de algo que ela gostaria de sentir, e gostava de sentir ao lado dele. Algo sem nome, características, mas que ele a fazia sentir, involuntariamente.

 

Mas ela não podia. Não era nada proibido. Era apenas por que ela deveria seguir em frente; trilhar outros caminhos, longe dele, sem ele. Novamente era hora de seguir aquele roteiro, sem se dar ao luxo de pequenos desvios pelo caminho.

 

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